[Resenha] Metrô 2033

Sinopse:

“Países inteiros destruídos, florestas devastadas, escassez de alimentos e água. O ser humano já não tem mais o comando sobre a terra. Novas formas de vida dominam. Um desastre nuclear varreu a superfície terrestre e obrigou os poucos sobreviventes a uma existência sem sentido e sem esperança nos tuneis do metrô de Moscou.
  É nesse cenário pós-apocalítico que Dmitry Glukhovsky traz o tema que enche o ser humano de curiosidade e incerteza: a possibilidade do fim do mundo. Metrô 2033, que inspirou a criação de um dos games mais eletrizantes da atualidade, cria uma atmosfera caótica ao tentar mostrar como se comportaria um ser humano em um ambiente onde o que predomina é o instinto de sobrevivência”.

Categorias: Ficção, Apocalítico, Literatura Estrangeira, Terror, Mistério, Suspense






Título





Metro 2033
★★★★★
Autor

Dmitry Glukhovsky
Editora
Editora Planeta, 2010
Num. págs.
415 páginas
                 
                                                   
  













História: 


 Esse livro, apesar de ser excelente, acabou passando despercebido aqui no Brasil, sendo de maior sucesso nos Estados Unidos e Europa, sendo adaptado posteriormente para os vídeo games e já inicializada a produção de um filme sobre o livro, trazendo uma história muito bem contada, muito bem elaborada, e que rendeu o premio da Encouragement Award da EuropeanScience Fiction Society ao escritor sendo este o primeiro livro publicado dele, com passagens simples, que dão destaque a inúmeros temas desde politica até a religião, mostrando tanto o melhor quanto o pior e mais sombrio lado humano, mesmo sendo um livro bem longo, com 415 páginas, e trazendo uma história de um mundo devastado, no ano de 2013 pela guerra nuclear, e os poucos sobreviventes da cidade de Moscou, se viram obrigados a se abrigar nas redes de metrô da cidade, abandonando a sua esperança de um dia voltar a superfície, pois, o que um dia foi a casa da humanidade, se tornou o seu maior inimigo, sendo a superfície do planeta, coberta pela radiação, sendo esta mesma radiação, o que levou ao surgimento de novos habitantes, mutações tão brutais que fariam os mais fortes tremerem, e toda a história ambientada no ano de 2033
  Sendo o protagonista o jovem Artyom, morador de uma estação independente, VDNKh, que fica em uma das bordas da linha habitada do metrô, que mora com o seu Tio Sasha, que foi o soldado que salvou a sua vida quando criança, e acabou por chama-lo de Tio Sasha mesmo sem nenhum parentesco de sangue, sua estação por estar em uma das extremidades do metrô, e começara a sofre ataques de mutantes vindos da superfície, de mutantes chamados de Demônios, que começara a ameaçar não apenas a sua estação mas também toda a vida humana que ousa sobreviver nas linhas do metrô de Moscou, e com a chegada de Hunter, amigo de Sasha, que lhe dá uma missão, caso não retornasse de sua tentativa de salvar a estação dos danos do ataque das criaturas, até a manha do próximo dia, que Artyom deveria ir até Polis, uma das mais poderosas estações da linha e contar sobre os acontecimentos para que tivessem ajuda para poder assim destruir o mais novo inimigo da humanidade.
 Desta forma se dá início a aventura de Artyom pela rede de metrô, para salvar a humanidade, ou pelo menos o que resta dela. Com o livro colocando de uma forma incrível, como o ser humano agiria caso estivesse à beira da extinção, uma rede de Metro dividida, formando novas facções, ressurgimento de velhas ideologias políticas, tal qual, a linha vermelha que adotou o comunismo como forma de governo, o surgimento do quarto reich, estações que adotaram o nazismo e pregavam a superioridade da raça russa, formação de alianças, federações, entre as estações, guerras entre as alianças e entre as estações, criticas sociais, e até mesmo fanatismo religioso, mercenários, bandidos e tudo o que havia se criado na superfície se manteve forte no subsolo. Onde o ser humano continua a fazer o que na história sempre fez muito bem melhor que qualquer animal, matar, criar novas formas de matar.
  Porém o livro não fala apenas do que seria o pior da humanidade, mostra o tempo todo o melhor dela também, inúmeras ocasiões de necessidade, Artyom consegue ajuda e auxilio em momentos em que estava perdido ou até mesmo a beira da morte, a humanidade, aprendeu a sobreviver com pouco, comendo desde cogumelos que começaram a cultivar, a ratos e tudo o que fosse necessário para sobreviver, tudo em volta de uma grande tensão, sendo os momentos de travessia de uma estação para outra marcado pelo pavor, o medo de ataques, e pela total escuridão, sendo que a maioria das estações viviam a base de pouca iluminação, em algumas apenas iluminadas por velas, outras mais ricas com condições mantendo um sistema de geradores primitivos e lâmpadas antigas a mantinham iluminadas, a moeda do novo mundo, passou a ser munições das armas, sendo que tudo tinha seu preço, e muito alto.
 A superfície de Moscou e de longe totalmente inabitada, com novos moradores que agora governam a superfície, mutações horripilantes, e muito violentas, além de o ar ter se tornado venenoso na superfície, e o sol, sendo o maior inimigo além de tudo para as tentativas de subir a velha cidade para se conseguir materiais, madeiras para manter as estações iluminadas, e busca de inúmeras coisas para tentar fazer o melhor possível para a vida no subterrâneo, sendo seus raios, muito fortes para a pele humana desacostumada com a luz, o que outrora foi a moradia humana, se tornou seu maior inimigo.   
  Em si o livro mesmo sendo relativamente grande é sensacional, e indispensável para quem goste do tema, e indispensável para quem fique curioso a ver como se portaria a humanidade na beira da extinção, além de mostrar visões políticas diferentes se portando da mesma forma que faziam na superfície, mostrando também questões religiosas, muito bem colocadas neste livro, e de forma mais incrível como o ser humano mostra tanto o seu pior, quando o seu melhor nesta história. Em geral uma das melhores leituras de minha vida, por mostrar de forma tão clara, e sem duvidas, bem pesada, como seria a luta da humanidade pela sobrevivência e mesmo, entre si mesma.

[RESENHA] O que olhos leem, o coração sente

Hey hey pessoal!


A resenha de hoje é uma resenha de aquecer o coração de tão fofa que é, a nossa querida parceira Editora Jaguatirica mandou este exemplar maravilhoso para conferirmos, bora lá?


O que os olhos leem, o coração sente
★★★★★
Autor: Ana Luiza Novis
Gênero: Conto infantojuvenil brasileiro, Fábula
Editora Jaguatirica
Páginas: 106
Ano de publicação: 2017
ISBN-13: 9788556620705
ISBN-10: 8556620701
Encontre:  Skoob  | Loja oficial  | Saraiva |
~ Cortesia da editora ~


Sinopse


Com este seu primeiro livro de contos, a psicóloga Ana Luiza Novis realiza uma fusão entre as duas grandes paixões de sua vida – a Terapia Narrativa e a Literatura. Escritos numa linguagem envolvente e com belas ilustrações, os vinte contos reunidos nesta edição são verdadeiras fábulas, pertencentes a um universo encantado, repleto de magia e lirismo.


“... a felicidade é a vitamina que nos fortalece para tempos difíceis.”


A resenha de hoje é sobre um livro que eu posso gritar bem alto e dizer para todo que a fábula é a forma de escrita mais lúdica para ensinar uma criança sobre os valores da vida!


O que os olhos leem o coração sente é uma obra com foco no público infanto juvenil mas que pode ser aplicada para diversas idades. Repleta de desenhos fofos e pequenas histórias (cerca de 3 páginas cada) que nos fazem refletir, a obra consegue nos teletransportar da realidade em que vivemos para a nossa infancia, bem na época em que começamos a desenvolver o nosso intelecto e a experiência é fascinante.
Créditos da imagem: Mãe leitura

Quando recebi a proposta da editora para resenhar a obra eu não tinha motivos para dizer não, desde a capa até o seu conteúdo a obra é completa. O quote de destaque, inclusive, mostra isso.

Dia Nacional do livro infantil.png

Mas vamos falar do conteúdo, ao lermos o título logo completamos com a famosa frase “o que os olhos não veem, o coração não sente.”, chega até a ser engraçado quando pedimos para alguém que não conhece a obra pronunciar o título é exatamente essa frase que ela fala.
Fiz o teste com 4 pessoas, todas elas leram o título errado (Teria sido essa a intenção da autora? Confundir nossas mentes? Pense.)

Agora as fábulas em si.. A obra completa possui cerca de 20 fábulas sobre os mais diversos assuntos, encontramos fábulas que falam sobre paciência, amor próprio, tomada de decisões e muitas outras situações que complicam o dia de uma criança que ainda está se desenvolvendo e até mesmo o nosso, adultos.

De todas as fábulas, escolhi apenas uma para destaque, a minha favorita “Arabescos
Essa fábula em expecífico conta sobre a história de uma jovem qu descobriu que a distância entre duas pessoas poderiam ser consideradas como retas, ela procura encurtar a distância entre si e as pessoas com quem conversava ao mínimo possível.

Não demorou muito e ela percebeu que algumas retas faziam uma ligação simples, sem muito esforço e com gentileza, e que outras vezes o que acontecia era o oposto, então ela decidiu que não veria mais as ligações como retas e sim como linhas que poderiam se movimentar e fazer a forma que desejassem conforme fluia a conversa entre ela e alguém.

Quando o contato com alguém acabava uma arte única sugia e um dia ela descobruiu que poderia eternizar essas artes, passando a desenhá-las assim, os arabescos apareciam. Ela usava os desenhos como pontes para se recordar as conversas sempre que sentia saudade daquele momento.

Seus desenhos acabaram por transformá-la numa artista famosa e ninguém sabia qual era a magia que transmitia tantas sensações ao admirar as obras. Conforme o tempo passava as conversas eram sempre conservadas em seu baú.

Quando já idosa, ela passava os dedos sobre seus desenhos, mas numa vez em especial os desenhos se juntaram e formaram um grande Mandala, logo ela entendeu que chegara o momento de tornar infinito o seu pequeno universo e sorriu.

Num resumo bem especial, é disso que se trata a fábula “Arabescos”, linda não? Ela nos faz pensar sobre a vida e como temos guardado nossas memórias, a obra toda é sobre a filosofia da vida e o que temos feito com ela, epero que possam apreciar a leitura tanto quanto eu!

Bem, é isso pessoal, beijão! <3

[DIVULGAÇÃO] Pegaí!

Projeto Pegaí

Oi oi pessoal, como estão?

Trouxe para vocês a divulgação de um projeto super legal que começará no próximo mês, eai? Curioso?


O PROJETO PEGAÍ - Leitura Grátis - comemorando seu 4ª aniversário lança e patrocina a 4ª edição do primeiro livro publicado por Rô Mierling (Autora de Diário de uma Escrava) Contos e Crônicas do Absurdo.
MAIS DE 6.000 exemplares já estão sendo distribuídos em pontos estratégicos gratuitamente para estimar a leitura.
Esse livro vai rodar em milhares de mãos, gratuitamente, contando histórias de realidades e descobertas em um mundo não cor-de-rosa contados pela escritora dark Rô Mierling.

Assista Aqui

A autora estará no município de Ponta Grossa do dia 6 de julho e apresentará ao público a palestra“Da escuridão para a liberdade: uma história de sobrevivência” no auditório central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) às 19 horas.

O lançamento oficial da 4ª edição de “Contos e Crônicas do Absurdo” está agendado para o dia 5 de julho com a presença de patrocinadores, da autora e convidados.





[RESENHA] Venha ver o pôr do sol

Hey hey pessoal!

A resenha de hoje é de um tradicional brasileiro, de uma escritora nacional que eu particularmente admiro muito, a maravilhosa Lygia Fagundes Telles. Recentemente eu ministrei um seminário sobre ela na escola e o grupo me incubou da maravilhosa tarefa de falar sobre suas obras, então irei trazendo elas para vocês aos poucos.

 
Venha ver o pôr-do-sol
★★★★★
Autor: Lygia Fagundes Telles
Gênero: Contos
Editora Ática
Páginas: 80
Ano de publicação: 1995
ISBN-13: 9788508028603
ISBN-10: 8508028601
Idioma: português

Encontre:  Skoob  | Amazon  | Saraiva |

Sinopse

Oito textos envolventes falam, com sensibilidade, de pessoas comuns, cujas vidas são abaladas por fatos insólitos ou dramáticos.

“Em seu coração, ela jamais foi fiel.”

Como eu já comentei, vou trazer algumas obras da Lygia para vocês, começando por Venha ver o pôr-do-sol. Peguei apenas 1 conto da obra para começar, então vamos lá...
Nessa primeira parte do livro encontramos a história de uma jovem que decide encontrar pela última vez seu amante. Ela deixa bem claro que só estão se encontrando novamente porque ele insistiu muito e ficou no pé dela até que ela cedesse.

Eles, então, se encontram numa região bem isolada do centro urbano, um cemitério abandonado. Acostumada com a vida boa que leva a jovem reclama de ir àquele lugar tão abandonado e pútrido para o encontrar.

De maneira bem convincente o rapaz que encontrara ali consegue leva-la para uma parte alta do cemitério onde o pôr-do-sol pode ser visto com perfeição, juntos ambos admiram a paisagem até que o rapaz, numa tentativa de mantê-la consigo, pede para que ela o acompanhe até o jazigo de sua família.

Relutante, a jovem o acompanha e enquanto ele vai contando sobre o seu primeiro amor e apenas observa. Vendo que conseguira a sua atenção, o rapaz convida-a para mais perto de um local onde, supostamente, estaria enterrado o seu primeiro amor (uma prima que morrera ainda quando jovens) para que ela possa ver.

Entretida com as escrituras, a jovem não percebe que é deixada e quando olha em volta de si a procura do rapaz se desespera…

Ok, vou parar por aqui, não vou contar a melhor parte do conto e deixar um mistério do ar. A Lygia é uma escritora fenomenal, extremamente reconhecida na literatura, essa obra, assim como qualquer outra de sua autoria, atende a todas as expectativas de um leitor, muito bem contruida, trabalhada e de uma compreensão extremamente tranquila.

Se você ainda não conhece as obras a autora, fica aqui uma excelênte dica.

Bem, é isso pessoal, beijão! <3


[RESENHA] Das vindimas no Douro ao Rio de Janeiro




Hey hey pessoal!

A resenha de hoje também é fruto da parceria do blogue com Editora Hyria, dessa vez trago um romance para vocês, esperam que possam aproveitar tanto quanto eu.

Das vindimas no Douro ao Rio de Janeiro

★★★★★
Autor: Ana Mariano de Carvalho
Gênero: Romance Português
Editora Hyria
Páginas: 224
Ano de publicação: 2016
ISBN: 9788566442076
Encontre:  Skoob  | Loja oficial  |

~ Cortesia da editora ~




Sinopse

Bento é um rapaz sonhador de 21 anos e que mora em uma cidade pobre do interior de Portugal, a Galafura de 1930. O jovem trabalhador que sempre ajudou o pai na fazenda foi trabalhar no inverno em uma vindima em outra cidade para ajudar na renda.

Lá conheceu o amigo Maurício, com quem dividiu sonhos e suor. Por lá, também conheceu Amélia, uma moça de mesma idade, loira e com um vestido branco que o encantou. Apaixonou-se no mesmo momento que viu seus olhos cor de amêndoa, porém, foram apenas cinco minutos perto um do outro.

Convencido pelo amigo, os dois decidiram partir para o Brasil, terra de oportunidades, para enriquecerem e darem boa vida as famílias. O caminho foi longo e cheio de aventuras, os dois amigos chegaram à terra nova com ambição e determinação e enfrentaram grandes desafios. Contudo, a jovem Amélia, da Vindima Nossa Senhora do Rosário, reapareceu para agitar a vida de Bento e colocar a amizade com Maurício à prova.​

Ou amor é um sentir que nunca passa algo que entrou e só sairá com muita desilusão, [...] é um sentimento que nasce com o individuo e só será completo com outro igual.


“Fostes tu, desde o princípio, o meu amor.”

Que livro é esse minha gente? Sabe quando a gente começa a ler com uma perspectiva e ela muda por completo antes mesmo de nós terminarmos a leitura? Pois é, foi bem isso que aconteceu.

Mas antes de falar do livro vou explicar um pouquinho do título, quem lê esse nome enorme muitas vezes não entende o que realmente quer dizer.
- Vindima é o período entre a colheita das uvas e o inicio da produção do vinho. Em Portugal, a vindima ocorre em diferentes meses, consoante a espécie da uva e a localização das vinhas. Na região do Douro, a vindima é feita durante o mês de setembro, podendo estender-se até outubro.
- Via Wikipédia

- Douro é uma A Região do Douro é um dos destinos turísticos mais interessantes na zona norte de Portugal. Esta região oferece paisagens de excepcional beleza com o rio Douro como protagonista, acompanhado por prestigiosas caves de vinho, históricas fortalezas, casas medievais de pedra e terrenos de vinha localizados em inclinados territórios.





Então… se juntarmos tudo, é a mesma coisa de dizer: Da colheita de uva na região do Douro ao Rio de Janeiro. Tã dammm…

Explicadinho? Agora vamos à história!

Logo quando recebi a oferta de ler e resenhar esta obra tive minhas dúvidas, nunca havia lido um romance de época (calma gente, eu tenho só 16 anos, minha bagagem literária é bem nova) ou algo que tratasse um período histórico brasileiro desta forma.Mas mergulhei de cabeça na leitura e me surpreendi, quebrei algumas barreiras e expandi meus horizontes, além de deixar alguns preconceitos (com o gênero) de lado.

A obra conta história de dois jovens (Bento e Maurício) que se conhecem numa Vindima e criaram um laço de amizade muito forte. Dentro do período em que passaram trabalhando, Bento encontra o grande amor de sua vida, mas sendo pobre e desprovido de qualquer posse material acaba guardando todo o sentimento dentro de si.

Pouco depois do fim daquela vindima, Maurício convida Bento para ir ao Brasil trabalhar com seu tio que fez grande fortuna com o comércio na “Terra do dinheiro”. Sabendo das necessidades de sua família e que estando em seu lugar não conseguiria muito progresso e ajuda para seu irmão que ficara cego ainda quando jovem, Bento decide partir para o Brasil com a promessa de que faria grande fortuna e cuidaria de sua família.

As coisas boas na vida de Bento e Maurício lantes mesmo de chegarem ao Brasil, simpáticos, dispostos ao trabalho e esperançosos, os dois jovem acabam criando um laço bem forte com João Mulato e António Santos, dois homens que também tinham como destino a cidade maravilhosa.


Existia apenas uma diferença entre João Mulato e António Santos, o primeiro crescera no navio e o tinha como casa e, mesmo com propostas de sair e trabalhar no Rio de Janeiro ainda relutava em deixar o único lugar que chamara de lar, já o segundo era dono de grandes posses no Rio e vinha crescendo em fortuna, de forma que poderia cuidar cada vez melhor de sua família.

Resumindo um pouco mais a história para não ficar cansativo.
Bento chega ao Brasil mas ao invés de ir com Maurício trabalhar com seu tio ele decidi aceitar a proposta de António Santos e ir trabalhar com ele numa padaria. O tempo passa e Bento se mostra cada vez mais competente e revolucionário, com grandes capacidades administrativas e a humildade de quem sempre soube se contentar com o pouco, Bento acaba gerando grande fortuna com António.

Pouco tempo depois, João Mulato também aceito a proposta de trabalhar com António e Bento na padaria e juntos os três cresceram.

Maurício também não ficou longe do sucesso e, juntamente com seu tio, conseguiu crescer grandemente e obter grandes posses, chegou até a ser tornar membro da alta sociedade do Rio de Janeiro.

Bento, que é o grande destaque da trama, consegue trazer sua família para o Brasil e, de formas diferentes, cuidar de cada um, o grande provedor.
O grande amor de Bento reaparece no Brasil e conquista não só o coração dele mas também o de Mauricio. Na humildade que possuia, Bento acreditava não ser digno do amor da bela donzela e acaba negando a si e ao seu amor para que seu amigo seja feliz.

Não sei dizer qual momento da obra me encantou mais, eu fiz a leitura em apenas um dia e quando eu terminei fiquei com aquela sensação de “Como assim acabou? Não, não, pode voltar que eu quero mais!”

A trama é extremamente bem escrita, os personagens são característicos de Portugal e todas as referências são reais (se você quiser, pode procurar no google que terá várias informações sobre o que é dito no livro), tornando a ambientação muito boa e de fácil projeção, existem momentos que é possível quase que se imaginar exatamente o que está acontecendo e o cenário fica incrível.

Os personagens não são aqueles clichezinhos que muitas vezes encontramos nos romances, eles possuem uma identidade forte e cada uma, na sua singulariedade, recebe o destaque que merece.

Citei que é um romance histórico mas não mencionei a época exata, então se você ficou curioso, é na época de 1930 para frente então muitas referências do livro realmente aconteceram naquele período, minhas aulas de história ajudaram bastante na leitura (haha).

Não julgue um livro pela capa, esse é o meu conselho, às vezes a capa marrom e o título gigante que ele leva podem ser um ponto de desinteresse, mas dê um chance, você não irá se arrepender.

Bem, é isso pessoal, beijão! <3

 
 AUTORA

Ana Mariano de Carvalho é historiadora e romancista. Nasceu e estudou em Portugal, formada em História pela Universidade Lusíada e pós-graduada em "Descobrimentos e Expansão Portuguesa" pela Universidade Nova de Lisboa. Aos 20 anos veio viver no Brasil e atualmente divide-se entre os dois países.