Organizador: Antonio Maria Baggio
Editora: Cidade Nova
Paginas: 200
Ano: 2008 (edição nacional)
Gênero: História
ISBN: 978-85-89736-85-5
★★★★★
Sinopse:
"Liberdade, igualdade, fraternidade" foram os princípios interpretados pela Revolução Francesa politicamente, marcando toda a história do Ocidente a seguir. Enquanto a liberdade e a igualdade foram assumidas como categorias políticas, a fraternidade teve outro destino. Foi silenciada e relegada a campos fora da política quando muito, a iniciativas de solidariedade.
Mas as recentes pesquisas das ciências políticas redescobrem a fraternidade como valor presente nas vicissitudes humanas e nelas identificam uma possível chave para a superação das contradições que impediram, histórica e politicamente, à liberdade e à igualdade de realizarem-se efetivamente.
O princípio esquecido - aqui no primeiro de seus dois volumes recolhe ensaios de várias disciplinas, em diálogo entre si (filosofia política, direito constitucional, história, relações internacionais, teologia, entre outras), propondo uma instigante reflexão que sonda as possibilidades da fraternidade como categoria política.
O Autor: (Ou melhor dizendo os autores)
O volume não é escrito por apenas um autor, por genialidade (ao meu ver) cada capítulo é escrito por um autor diferente, e todos organizados por Antonio Maria Baggio, sendo os autores propriamente ditos:
Rocco Pezzimenti
Piero Coda
Daniela Ropelato
Filippo Pizzolato
Marco Aquini
Pascoale Ferrara
Sendo todos, respeitados em suas respectivas áreas.
O Livro:
O livro, "La Fraternitá Nella Riflessione Politologica Contemporânea" sendo seu título original, e a tradução da edição brasileira "O Princípio Esquecido", livro este separado em duas partes, (livro 1 e livro 2 (esta resenha terá como foco o primeiro livro)) sendo seus autores, de diversas áreas respectivas, desde filosofia, história, teologia, ciências políticas (uma grande bagagem para um livro importante e preciso), tem como foco, a Revolução Francesa, mais precisamente, na "Fraternidade" um dos 3 princípios, e por anos, "esquecido" eis de o nome, "O Princípio Esquecido", e os motivos por ter sido abandonado, simplesmente descartado mesmo no próprio período da "Revolução".
A
revolução francesa, acontecimento este que é o estopim geral de todo sistema político
atual que roda praticamente o mundo todo, amada por uns, odiada por outros, é a
primeira “revolução” de caráter positivista, e que teve por lema “Liberdade,
Igualdade e Fraternidade”... mas a que ponto?
O
livro em si, tem como objetivo, apenas a narrativa do que o título sugere muito
bem, o “princípio esquecido”... mas afinal, qual a razão de ser esquecido? E é
por esta questão que surge a ideia do livro, para falar exatamente sobre a
fraternidade.
Fraternidade, conceito que pode parecer
relativamente simples, mas no geral não é, explica por si o conceito de boas
relações, entre “irmãos”, e no geral, uma boa questão imposta no livro, se a
fraternidade, por si só consegue tomar o papel principal e leva a igualdade e
liberdade sozinha (se aprofundando mais no conceito) afinal, por que foi
abandonada, sendo ela o princípio regulador?
Uma
comparação realmente interessante também, é a da “revolução” no Haiti e como
ela se desencadeou no país também, de uma forma diferente, pois os princípios
não se adotavam aos irmãos “negros”, o que nos dá uma excelente perspectiva
sobre o acontecimento no geral.
Outro
excelente complemento é o fato do livro nos colocar em diferentes perspectivas
do caso, nos dando uma visão revolucionaria (Gramsci), uma perspectiva liberal
democrata (Tocqueville) e uma perspectiva conservadora (Cochin) o que é ótimo,
sendo o livro, de agrado a todas as perspectivas políticas no geral.
Assume
também, exemplos do conceito religioso da questão (sendo a fraternidade um
conceito próprio da religião) e como a evolução em certos aspectos atuam na
criação de diversas leis ainda que atualmente em todo o cenário mundial.
Uma
questão interessante a se tomar, o como com este princípio, “fraternidade” se
assumiu um papel de estrema violência que desencadeou o ano do terror da
revolução, que contou com o número absurdo de mortos (muito superior a
Inquisição em comparação), sendo os princípios principalmente adotados apenas
entre os “irmãos” de mesma causa.
O
livro se caracteriza, dividindo cada capítulo por um escritor diferente, sendo
no total 7 capítulos, muito bem organizados, de uma leitura relativamente fácil,
com apenas 200 páginas, podendo se ler rapidamente (o que eu não recomendo
muito, pois é um livro que vale a pena à medida que se lê, ir se aprofundando
mais no tema).
No
geral, é um excelente livro, muito recomendado se você tem interesse de se
aprofundar mais sobre a questão, e entender melhor em diversos aspectos o mundo
onde vivemos, afinal, através desta revolução em si, o mundo chegou no estado
atual com seu grande efeito (salvador ou nefasto) atingindo todos os cantos do
globo.
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